segunda-feira, 29 de março de 2010

Pra se viver do amor
Há que esquecer o amor
Há que se amar
Sem amar
Sem prazer
E com despertador
- como um funcionário

Há que penar no amor
Pra se ganhar no amor
Há que apanhar
E sangrar
E suar
Como um trabalhador

Ai, o amor
Jamais foi um sonho
O amor, eu bem sei
Já provei
E é um veneno medonho

É por isso que se há de entender
Que o amor não é um ócio
E compreender
Que o amor não é um vício
O amor é sacrifício
O amor é sacerdócio
Amar
É iluminar a dor
- como um missionário


Chico Buarque

terça-feira, 23 de março de 2010

Meu amor é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco…
És bela – eu moço; tens amor, eu – medo…

(...)

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sexta-feira, 12 de março de 2010


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste :
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
– não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
– mais nada.

sábado, 6 de março de 2010



“Eu sou a que no mundo anda perdida”

quarta-feira, 3 de março de 2010

"Depois que vi aqueles olhos
não me esqueço mais deles
que mal tenho eu
se nasci pra amar
quem nem se quer pensa em mim
mais é bom saber
que existe um olhar nesse mundo
que me deixa assim
tão frágil pra sonhar."